FernandoPedro - "Theater of my life"

Pedro´s "Theater of my life"

…uma visita à Baixa Pombalina de Lisboa! “Terreiro do Paço – Praça do Comércio”! (…a visit to the Baixa Pombalina of Lisbon! “Terreiro do Paço – Praça do Comércio”!)!.

Posted by Fernando Pedro on Novembro 10, 2020
Posted in: Uncategorized.

…Como o tempo passa!… uns mais, outros menos, todos nós em certos momentos, fazemos reflexões, meditações sobre coisas passadas, acontecimentos, passeios que fizemos ou que gostaríamos de ter feito e que nunca fizemos, dos nossos amores, das atitudes boas ou menos boas que praticamos, reflectimos sobre segredos, segredos que só de pensar neles nos faz doer a Alma, segredos que iremos levar connosco para o outro Mundo!?… mas, no que eu estava a reflectir, não era sobre nada que me estivesse a fazer doer a Alma, antes pelo contrário, meditava sobre a minha primeira ida a Lisboa, que para mim foi um dia de festa inesquecível. Fui a convite de um grupo de bons amigos Benfiquistas, (Que todos eles descansem em Paz), que iam assistir ao encontro de futebol, entre o Benfica e o Feyenoord da Olanda, para a Taça (Liga) dos Campeões UEFA, no dia 08/05/1962, jogo que o Benfica venceu por 3-1, ficando apurado para ir discutir a final com o Real Madrid, final que o Benfica voltou a vencer por 5-3, ganhando a Taça dos Campeões Europeus 1961/62, feitas as contas, a primeira vez que fui a Lisboa, foi à 57 anos, 6 meses e 23 dias, calculados (de 08/05/1962 a 01/01/2020)!.

(…As time goes by! … some more, others less, all of us at certain times, we do reflections, meditations on past things, events, walks that we did or that we would like to have done and that we never did, of our loves, of good or less good attitudes that we practice, we reflect on secrets, secrets that just thinking about them makes Soul hurt, secrets that we will take with us to the other World!? … but, as I was reflecting, it was not about nothing that was causing me to hurt Alma, on the contrary, I meditated on my first trip to Lisbon, which for me was an unforgettable party day. I was invited by a group of good Benfiquistas friends, (May they all rest in peace), who were going to watch the football match between Benfica and Feyenoord of Olanda, for the UEFA Champions League (League), on the 8th / 05/1962, a game that Benfica won 3-1, being qualified to discuss the final with Real Madrid, a final that Benfica won again by 5-3, winning the 1961/62 European Champions Cup, made the accounts, the first time I went to Lisbon, was 57 years, 6 months and 23 days, calculated (from 05/08/1962 to 01/01/2020)!.

…depois de falar sobre as minhas reflexões, e do dia em que um grupo de bons amigos, me levaram a Lisboa pela primeira vez em 1962, para ir conhecer o estádio do Benfica, o Estádio da Luz, e assistir a um desafio de futebol, comecei a pensar em ir até Lisboa matar saudades, não para ir prestar homenagem ao diplomata Sebastião José de Carvalho e Melo (Marquês de Pombal), ao homem que foi Secretário de Estado do Rei D. José I, ao homem que acabou com a escravatura em Portugal Continental, ao homem que expulsou os Jesuítas, ao homem que inventou argumentos para assassinar todos os membros da família dos Távoras, enfim, ao homem que muito embora tivesse reconstruído Lisboa depois da desgraça que assolou Lisboa em 1755, ao homem que as coisas boas que fez, não chegam para atenuar o crime que cometeu contra a família dos Távoras, mas sim, fui a Lisboa para ir  visitar a Baixa Pombalina de Lisboa. (…) Vindo do Norte, desci a Avenida da República, a seguir a Fontes Pereira de Melo, chegando à Praça do  Marquês de Pombal, com a sua imponente estátua ao centro, que se diz, foi erguida em sua homenagem, só que não nos dizem porquê, será que foi por reconstruir Lisboa? Será que foi por aniquilar os Távoras? será que foi por expulsar os Jesuítas de Portugal, que acabou por arruinar o ensino , contribuindo ainda mais para o analfabetismo, que já existia em Portugal? (…) Depois de muitos anos em construção, com um pára-arranca, ao que parece por falta de verbas, a Praça lá ficou finalmente concluída a 13 de Maio de 1934. Desço a  Avenida da Liberdade até aos Restauradores, e passo pela Praça do Rossio, também conhecida por Praça de D. Pedro IV, seguindo até ao Terreiro do Paço, hoje Praça do Comércio. Com o seu Arco Triunfal da Rua Augusta, os edifícios governamentais pintados de amarelo (outrora pintados de cor de rosa), o Cais das Colunas ao fundo, a Estátua de D. José I ao centro, toda essa harmonia, torna o antigo Terreiro do Paço, que foi palco e assistiu a acontecimentos que ficaram gravados na nossa história, na história de Portugal, a tornam num local digno de ser visitado. “À males que por vezes vêm por bem”!? Todas as obras de reconstrução de Lisboa, em que umas foram restauradas, outras tiveram que ser construídas de raiz, tudo feito de acordo com os planos traçados pelo  Marquês de Pombal, para a reconstrução da cidade que, em parte só foram possíveis realizar, depois do Terramoto ter destruido quase por completo, a cidade de Lisboa, no dia 1 de Novembro de 1755, fazendo hoje (1 de Novembro de 2020), precisamente 265 anos!.

Praça Rossio de Lisboa — ao fundo, o Teatro Nacional D. Maria II, que abriu as portas em  13 de Abril de 1846, durante as comemorações do 27º aniversário de D. Maria II — ao centro, a Estátua do Rei D. Pedro IV, inaugurada no ano de 1870. — Passagem obrigatória (?) para quem vindo dos Restauradores, queira ir até ao Terreiro do Paço. (Praça Rossio de Lisboa – in the background, the National Theater D. Maria II, which opened its doors on April 13, 1846, during the celebrations of the 27th anniversary of D. Maria II – in the center, the Statue of King D. Pedro IV , opened in 1870. – Mandatory ticket (?) for those coming from Restauradores, wanted to go to Terreiro do Paço).

(…After talking about my reflections, and the day when a group of good friends, took me to Lisbon for the first time in 1962, to visit Benfica stadium, Estádio da Luz, and watch a football match , I started thinking about going to Lisbon to miss you, not to pay homage to the diplomat Sebastião José de Carvalho e Melo (Marquis of Pombal), to the man who was Secretary of State to King D. José I, to the man who ended the slavery in mainland Portugal, to the man who expelled the Jesuits, to the man who invented arguments to murder all members of the Távoras family, in short, to the man who, although he had rebuilt Lisbon after the disaster that devastated Lisbon in 1755, to the man who good things he did, they are not enough to mitigate the crime he committed against the Távoras family, but yes, I went to Lisbon to visit Baixa Pombalina de Lisboa. (…) Coming from the North, I went down Avenida da República, after Fontes Pereira de Melo, arriving at Praça do Marquês de Pombal, with its imposing statue in the center, which is said, was erected in his honor, only that don’t tell us why, was it because of rebuilding Lisbon? Was it because it annihilated the Távoras? was it by expelling the Jesuits from Portugal, which ended up ruining education, further contributing to the illiteracy that already existed in Portugal? (…) After many years under construction, with a stop-start, apparently due to lack of funds, the Square was finally completed there on May 13, 1934. I walk down Avenida da Liberdade to Restauradores, and pass through Rossio Square, also known as Praça de D. Pedro IV, going to Terreiro do Paço, today Praça do Comércio. With its Triumphal Arch on Rua Augusta, the government buildings painted yellow (once painted pink), the Cais das Colunas in the background, the Statue of D. José I in the center, all this harmony, makes the old Terreiro do Paço, who was the stage and watched events that were recorded in our history, in the history of Portugal, make it a place worth visiting. “To evils that sometimes come for good” !? All the reconstruction works in Lisbon, in which some were restored, others had to be built from scratch, all done according to the plans drawn up by the Marquis of Pombal, for the reconstruction of the city that, in part, were only possible afterwards. of the earthquake having almost completely destroyed the city of Lisbon, on November 1, 1755, making today (November 1, 2020), precisely 265 years)!

…estou a ir muito depressa! é que um pouco antes de entrar na Praça do Rossio de Lisboa, passei pela segunda mais bonita estação de caminhos de ferro do Mundo, a Estação Ferroviária do Rossio, uma obra construída pela Companhia Real dos Caminhos de Ferro Portugueses, inaugurada a 18 de Maio de 1890, reinava Portugal D. Carlos I .(…) A estação do Rossio, assistiu e foi palco de uma tragédia que ficou na história de Portugal, o  assassinato do Presidente Sidónio Bernardino Cardoso da Silva Pais (Silva Pais), em 14 de Dezembro de 1918! (…) A 29 de Janeiro de 1968, fui chamado para servir o nosso exército, sendo transferido do Porto a 18 de Agosto do mesmo ano, para o Quartel  (BRT) estacionado na Trafaria, onde permaneci até ao dia em que fui mobilizado, embarcando a bordo de um barco chamado de “NIASSA” para Moçambique, 4 de Janeiro de 1969. Sempre que regressava à Trafaria, depois de uns dias de licença que me davam, para ir à Terra visitar a família, no regresso à Trafaria, apanhava o comboio na estação ferroviária de Valado-dos-Frades, e desembarcava na Estação do Rossio em Lisboa, depois tinha de fazer o caminho até à Estação Fluvial de Belém, onde apanhava o barco para a Trafaria, umas vezes ia de Táxi, outras de Autucarro, e ainda cheguei a fazê-lo caminhando. No entanto, ou de táxi ou a caminhar, passava sempre pelo Terreiro do Paço!.  

Terreiro do Paço, actual Praça do Comércio — Estátua equestre D´el Rei D. José I — Arco Triunfal da Rua Augusta. (Terreiro do Paço, current Praça do Comércio – Equestrian statue of King D. José I – Triumphal Arch of Rua Augusta).

(…I’m going too fast! is that just before entering the Rossio Square in Lisbon, I passed by the second most beautiful railway station in the World, the Rossio Railway Station, a work built by the Royal Company of the Portuguese Railways, inaugurated on May 18th of 1890, Portugal reigned D. Carlos I. (…) Rossio station, watched and was the scene of a tragedy that remained in the history of Portugal, the assassination of President Sidónio Bernardino Cardoso da Silva Pais (Silva Pais), on 14 December 1918! (…) On January 29, 1968, I was called to serve our army, being transferred from Porto on August 18 of the same year, to the Barracks (BRT) stationed in Trafaria, where I stayed until the day I was mobilized, boarding a boat called “NIASSA” to Mozambique, January 4, 1969. Whenever I returned to Trafaria, after a few days’ leave they gave me, to go to Earth to visit my family, on my way back to Trafaria, I was beaten the train at the railway station of Valado-dos-Frades, and disembarked at the Rossio Station in Lisbon, then had to make the way to the Fluvial Station of Belém, where he took the boat to Trafaria, sometimes by Taxi, sometimes by Autucarro, and I even did it walking. However, either by taxi or walking, I always passed by Terreiro do Paço)!.

“ZORRA” que transportou durante 4 dias, a Estátua de D. José I desde a fundição até ao Terreiro do Paço, em 25 de Maio de 1755. Inserida no projecto de reconstrução de Lisboa, após o Terramoto de 1755, a estátua equestre de D. José I, de autoria do escultor Joaquim Machado de Castro, fundida em Bronze a um só jacto de cobre, tendo a sua inauguração, acontecido em simultâneo com as festividades do 61º aniversário do rei D. José I, a 6 de Junho de 1775. (“ZORRA” which carried the statue of D. José I for 4 days from the foundry to Terreiro do Paço, on May 25, 1755. As part of the Lisbon reconstruction project, after the 1755 Earthquake, the equestrian statue of D. José I, by sculptor Joaquim Machado de Castro, cast in bronze with a single copper jet, and its inauguration took place simultaneously with the festivities of the 61st anniversary of King D. José I, on June 6, 1775).

…O Terreiro do Paço, hoje Praça do Comércio, foi durante dois séculos, o local onde existia o palácio dos reis de Portugal. Com os seus cerca de 36.000 m2, ainda hoje continua a ser uma das maiores Praças da Europa. Os edifícios envolventes, pintados de amarelo, que ainda hoje acolhem alguns departamentos governamentais, depois da revolução republicana de 1910, foram pintados de cor-de-rosa, somente voltaram à sua cor original, alguns tempos depois da revolução dos cravos (25 de Abril de 1974).

Arco do Triunfo da Rua Augusta

(…Terreiro do Paço, today Praça do Comércio, was for two centuries the place where the palace of the kings of Portugal existed. With its 36,000 m2, it still remains one of the largest squares in Europe. The surrounding buildings, painted in yellow, that still house some government departments, after the republican revolution of 1910, were painted pink, they only returned to their original color, some time after the carnation revolution (April 25 1974)!.

A área da Praça do Comércio, serviu durante muito tempo, para estacionamento de carros, até à década de 1990! Eu próprio lá cheguei a estacionar algumas vezes, estou-me a recordar até de uma cena que se passou comigo, e com uns artistas que por lá existiam, que a troco de uns escudos,  arranjavam sempre um sítio para estacionar o nosso carro. (…) Numa dessas vezes que lá estacionei, quando me preparava para arrancar com o carro, aparece um desses artistas, a oferecer-me umas coisas que trazia dentro de uma maleta, dizendo serem de contrabando, para falar baixinho, blá, blá, blá… mas, para mim eram coisas roubadas! Primeiro ofereceu-me pistolas, revolveres, relógios, uma série de coisas, como não mostrei interesse em nenhum dos produtos oferecidos, logo veio outro, metendo quatro ou cinco garrafas dentro do carro, que ele dizia serem de whisky, como o valor que me pedia, comparado com o preço no mercado, era sedutor, eu fui negociando, acabando por as comprar. (…) Um dia estou com um amigo, que possivelmente também ele já teria caído no mesmo conto do vigário, e contei-lhe que tinha comprado whisky no Terreiro do Paço a bom preço, ele começa a rir, passando a descver todos os pormenores, como se lá estivesse a assistir ao negócio comigo, por isso eu digo, que também a ele já lhe teria acontecido o mesmo, e diz-me, foste burlado, o que as garrafas têm é Chá! Eu abro uma, abro outra, acabando por as abrir todas, e então não é que era mesmo chá, ou uma água com corante! Como posso eu esquecer o Terreiro do Paço, local onde tantas vezes estacionei o carro? Nem D. José nem o Marquês, me protegeram dos artistas do Terreiro do Paço !.

(…The Praça do Comércio area served for a long time for car parking, until the 1990s! I even parked there a few times myself, I even remember a scene that happened to me, and with some artists that existed there, in exchange for some shields, they always found a place to park our car. (…) On one of those times that I parked there, when I was getting ready to start the car, one of these artists appears, offering me some things that I brought in a suitcase, saying they are contraband, to speak softly, blah, blah, blah… but for me they were stolen things! First he offered me pistols, revolvers, watches, a number of things, as I showed no interest in any of the products offered, then another came, putting four or five bottles in the car, which he said were whiskey, as the value that asked, compared to the market price, it was seductive, I was negotiating, and ended up buying them. (…) One day I am with a friend, who possibly also would have fallen for the same vicar’s tale, and I told him that I had bought whiskey at Terreiro do Paço at a good price, he starts laughing, starting to discover everyone the details, as if he were watching the business with me there, so I say, that he too would have already happened to him, and he tells me, you were cheated, what the bottles have is Tea! I open one, open another, eventually opening them all, and then it wasn’t that it was really tea, or water with dye! How can I forget Terreiro do Paço, where I parked my car so often? Neither D. José nor Marquês protected me from the artists of Terreiro do Paço!.

Pimenta Pedro – 1 de Novembro de 2020

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